- Camile Just
O paradoxo da escolha
Quem nunca se viu parada em frente a uma gôndola de supermercado em frente à inúmeras opções de molhos para salada, sem saber qual deles levar?
E ao fazer sua escolha, ainda fica com aquela sensação de quem não escolheu ‘o melhor’?
Isso acontece em nossa vida o tempo todo: diariamente estamos diante de várias opções das quais temos que escolher apenas uma.
A vida não é como um supermercado, mas ainda sim, diante de tantas decisões que temos que tomar, não é raro nos sentirmos frustradas, acreditando que não tomamos a decisão ‘certa’.
Foi com essa provocação em seu TED talks ‘O paradoxo da escolha’, que Barry Schwartz explica em que ponto a escolha — a marca da liberdade individual que tanto prezamos — se torna prejudicial ao nosso bem-estar psicológico e emocional.
Schwartz mostra como a nossa “liberdade de escolha” — das mais triviais até os profundos desafios de equilibrar carreira, família e necessidades individuais — se tornou, paradoxalmente, um problema em vez de uma solução.
Em suas pesquisas no campo das ciências sociais, Schwartz defende o argumento de que a eliminação de escolhas pode reduzir muito o estresse, a ansiedade e o medo de errar.
Ele oferece em seu livro, “O paradoxo da escolha: por que mais é menos”, alguns passos sobre como limitar as escolhas a um número gerenciável, ter a disciplina para se concentrar naquelas que são importantes e ignorar o resto, para finalmente, obter maior satisfação das escolhas que terá que fazer.
Schwartz procura demonstrar como nosso mecanismo psicológico nos leva a avaliar todas as escolhas possíveis, para então tentar chegarmos à melhor escolha possível, o que acaba gerando frustração e ansiedade.
Ao reduzirmos as opções, teremos custos psicológicos menores ao optar por alguma.
Isso se aplica em todos os campos da nossa vida, tanto pessoal quanto profissional, pois diminuímos as expectativas frente a um mundo com tantas opções.
“O segredo para a felicidade é manter as expectativas baixas”, finaliza o autor.