- Camile Just
Por dentro da mente de um procrastinador

Todo mundo deixa as coisas para o último dia.
Ou, pelo menos, para o penúltimo, explica Tim Urban na palestra TEDx “Por dentro da mente de um procrastinador”.
Nessa conferência, Urban — que se autointitula um mestre na procrastinação — arranca risadas do público contando como sempre deixava tudo para fazer no último segundo.
Segundo ele, “em nosso cérebro convivem um timoneiro, que toma decisões de forma racional, e um macaco, que só se preocupa com a gratificação instantânea.
Muitas vezes obedecemos ao macaco, porque o que ele nos propõe é fácil e divertido e, em vez de irmos avançando no trabalho que temos pendente, perdemos tempo nas redes sociais.
E a única forma de começar a produzir é quando entra em ação o ‘Monstro do Pânico’, ou seja, quando a data de entrega de algum trabalho está muito próxima.”
Há uns anos atrás, Urban escreveu em seu blog Wait but Why sobre a procrastinação, dando algumas dicas para lidar com ele, tais como listas de tarefas.
Mas depois de ler os comentários, ele percebeu que a procrastinação cria angústia e frustração, embora mais ou menos todos nós consigamos terminar nosso trabalho a tempo.
De acordo com Urban –e este é o ponto chave da palestra–, os piores efeitos da procrastinação são quando não há datas limite.
Ou seja, quando temos que dedicar tempo a coisas que são importantes, mas que ninguém nos exige, “como ver a família, fazer exercício e cuidar da saúde”.
E ninguém vai nos pedir para que prestemos contas, exceto nós mesmos.
Segundo Urban, quando deixamos esse tipo de tarefa para outro momento, nos sentimos como espectadores de nossas próprias vidas. A frustração não se deve ao fato de não termos realizado nossos sonhos, mas ao fato de não termos “nem começado a persegui-los”.
Como qualquer mudança de hábito, vencer a procrastinação deve acontecer aos poucos.
Quanto mais você se culpar e castigar, maior será a ansiedade gerada na próxima tarefa.
Por isso, se auto perdoar é a melhor coisa a fazer nesses casos.